Notas de roda pé da página da crônica do Coronavírus :  LIBERDADE  

Pe Antonio Bracht, desde o Santuário Original faz uma reflexão nestes tempos de quarentena.

Nestes dias nós vivemos a liberdade de duas maneiras diferentes. Para muitas pessoas se tratada restrição à sua liberdade, a liberdade de não poder fazer isto ou aquilo, de não poder ir à praia, não podem sair, não poder reunir-se com os amigos, não poder trabalhar.

Para outros é uma possibilidade, que não tinham antes, agora finalmente eu posso arrumar coisas que ficaram guardadas, posso falar com pessoas que não falo a muito tempo, posso telefonar, posso ler, posso rezar.

A liberdade sempre tem esses os dois lados e nós gostamos de representar a liberdade como a figura de um pássaro que voa, no horizonte, é preciso duas asas, se não, não consegue voar.

A Liberdade precisa de duas coisas que expressamos com duas palavrinhas: bem pequenas liberdade de ir e para quê.

Liberdade para – fala do sentido da liberdade, para quê sou livre, para quê uso a liberdade? Mostra que na liberdade existe uma dinâmica de crescimento, nós precisamos alcançar esse para quê, movermos nesta direção, deixarmos nos  educar,  na nossa linguagem da fé é a liberdade dos filhos de Deus que queremos alcançar.  Assim como os filhos se sentem livres porque os pais cuidam deles eles, eles brincam, para eles tudo está resolvido a assim Deus gostaria que vivêssemos diante dele, na total confiança.

Padre Kentenich ensina a caminhar para a liberdade

O Padre Kentenich no começo do movimento, na fundação, estava aqui no internato e sentia que os meninos estavam numa situação de insatisfação de revolta, havia rumores sobre coisas que aconteciam lá atrás.

Eles queriam liberdade, tudo era muito marcado por regras, tudo era muito determinado, não havia espaço para se desenvolver; então Padre Kentenich lhes disse: “Vamos caminhar para a liberdade", na  formulação da época, vamos nos “formar como personalidades firmes, livres e sacerdotais ou apostólicas”

Os meninos disseram: “Oba!! finalmente alguém entendeu o nosso anseio”. Mas o Padre Kentenich disse: “Vamos devagar”, para chegar nesta liberdade temos que deixar-nos educar na liberdade, se não, não seremos totalmente livres.

Padre Kentenich percebeu também que esse tema da liberdade que era um tema fundamental neste tempo de transição de uma época a histórica para outra. Percebeu que neste pequeno espaço do internato dar uma resposta aos desafios da época, educar para a liberdade. Por isso quando depois foi preso, e levado ao campo de concentração, ele viveu todo esse tempo nesta mesma atitude, era uma coerência nele conquistar uma liberdade interior mais profunda, todos juntos como família.

Viver em liberdade e confiança

Para poder viver a liberdade precisamos de algumas coisas: uma das coisas muito importantes para a liberdade é a confiança, a confiança possibilita a liberdade.

As leituras de hoje falam da confiança, existe uma relação entre liberdade e confiança e podemos   expressá-la negativamente dizendo:  quem desconfia dos outros é alguém que está preso no seu próprio mundo interior nessa disposição de não confiar é um prisioneiro desta realidade interior.

Positivamente quem confia pode soltar, dar o lugar que lhes cabe, reconhecer a dignidade pois eles também têm a posse de si. Ele pode estabelecer vínculos, estabelecer relações e assim ser ele mesmo deixar que eles sejam eles mesmos, e contribuir com sua parte permitindo que os outros contribuam com sua parte.

Viver em liberdade, vivendo vínculos. Isso é a confiança que nos possibilita, é preciso poder confiar para crescer na liberdade.

Mãe Rainha a grande educadora nos da a  confiança, nos leva ao Senhor

Aqueles que estão em quarentena, e nós todos nestes dias nesta extraordinária quaresma, estamos vivendo. Estamos passando por uma escola da liberdade. Sim,  estamos num curso intensivo de como viver a liberdade, e nada melhor numa escola  do que ter alguém  que orienta bem, ter um bom professor, um bom mestre, nós temos um,  ou uma boa mestra: que é a nossa Mãe Rainha, ela quer à partir daqui  educar-nos  quer ser educadora da nossa liberdade.  Ela é totalmente livre para Deus, totalmente entregue, confiada e quer nos ensinar estas atitudes se nos confiarmos filialmente em nossa Mãe, ela nos levará aos Senhor da nossa liberdade a quem podemos entregar-nos totalmente. Amém.

Homilia Pe Antonio Bracht – Vallendar, 21 de março de 2020.

Fonte: http://urheiligtum.de

Foto: Sueli Vilarinho

Amex Assessoria
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