Festa do Batismo do Senhor
Mergulhando no batismo no fundo das águas fica a velha criatura, e das águas sai viva a nova criatura, sem pecado e cheia do Espírito Santo.
Nas águas do rio Jordão, Deus revela o novo batismo com sinais admiráveis. Uma voz desce do céu revelando que a Palavra de Deus se encarnou e habita entre os seres humanos. Ela é, em nosso mundo, Jesus Cristo, enviado para evangelizar os pobres e ungido com o óleo da alegria pelo Espírito que apareceu em forma de pomba.
O batismo de João era de penitência, para a conversão e para o perdão dos pecados. Batismo de Jesus é um batismo no Espírito Santo. É um batismo trinitário.
O batismo, que significa “lavar”, continua sendo feito com água. As águas do Jordão são sempre água; agora, porém, santificadas e consagradas pelo corpo vivo de Jesus. Jesus entra nas águas e as santifica.
Podemos, então, falar do nosso batismo em Cristo, em nome da Santíssima Trindade. Somos mergulhados nas águas, mesmo quando a água é jogada apenas em nossa cabeça.
Mergulhados nas águas, morremos e ressuscitamos imediatamente. No fundo das águas fica a velha criatura, e das águas sai viva a nova criatura, sem pecado e cheia do Espírito Santo.
Este é o momento da nossa morte. Daqui para frente não morreremos mais. Um dia vamos adormecer no Senhor e, ao despertarmos, veremos a Deus.
Em nosso batismo, nós nos revestimos de Jesus Cristo. Quem nos vê deve nos ver realizando as mesmas obras que ele realizou e do mesmo jeito. O batismo de João prepara o povo para o Dia do Senhor que vem, que veio e que virá. O Batismo de Jesus revela quem ele é e dá início à sua missão neste mundo. O nosso batismo nos reveste de Cristo e nos incorpora a ele, fazendo-nos membros da sua Igreja, a qual o torna presente no mundo.
Um outro aspecto interessante para refletir
O batismo de Jesus, no Jordão, pode parecer, à primeira vista, inútil. Afinal, eram os pecadores os que procuravam o batismo de João, para redimir-se de seus pecados, na perspectiva da iminente chegada do Messias.
Por um lado, Jesus não era pecador. Por outro, ele era o Messias, cuja ação havia de revolucionar a história humana. Como justificar, então, seu batismo?
A vinda do Messias Jesus tinha como finalidade oferecer aos pecadores a salvação. Este seria o público privilegiado de sua ação.
Quando, no início de seu ministério, dirigiu-se para o lugar onde João estava batizando, Jesus foi colocar-se exatamente onde se encontravam os que viera para salvar.
Em torno de João, reuniam-se pessoas conscientes de seus pecados e desejosas de se verem livres deles. Jesus foi ao encontro delas, pois haveria de livrá-las, definitivamente, do peso de seus pecados, anunciando-lhes o advento do Reino de Deus.
O Messias, porém, escolheu o caminho da solidariedade com os pecadores e se colocou junto deles como salvador, não como juiz. Ao se fazer um com eles, embora não sendo pecador, possibilitou que a graça tivesse lugar na vida daquela gente. Foi assim que, no batismo, o Filho amado de Deus iniciou sua missão.
Queridos amigos em Jesus, vamos renovar e viver da graça batismal. Vamos nos deixar conduzir pelo Espírito Santo por um lado, e pelo outro vamos deixar-nos impulsionar por Ele para participar da missão de Jesus fazendo presente Deus nas nossas vidas e na nossa realidade de todos os dias. Essa é nossa missão como batizados, atraves de nossa vida e testemunha, fazer presente Deus Pai, Filho e Espírito Santo no meio do mundo. Amém.
Pe. Marcelo Aravena
Homilia Santuário Sião Jaraguá, 09/01/2021
Fonte pesquisada: NPDBrasil.com.br