Solenidade da Assunção de Nossa Senhora – Domingo, 16 de agosto de 2025- foi celebrada pelo Reitor Pe Gustavo Hanna Crespo, em sua homilia

A Assunção de Maria: após completar sua peregrinação terrestre, Maria foi elevada de corpo e alma aos céus. É isso que proclamamos neste dia. Se eu perguntasse para vocês: “Quem conseguiria definir o que é um dogma?”, será que alguém saberia? Um dogma é algo essencial da fé, não é uma opinião, nem algo opcional. Não se trata de dizer “isso eu aceito, aquilo não”. Nossa fé católica não é como ‘uma pizza’, da qual escolhemos apenas algumas fatias. A fé é inteira.

O dogma é aquilo que foi definido pela Igreja como verdade de fé, em conformidade com a revelação de Jesus Cristo. A revelação se dá com Jesus — desde a encarnação até a morte do último apóstolo. Ou seja, tudo que foi revelado por Deus ao seu povo tem como ápice a pessoa de Jesus Cristo. O dogma nasce da necessidade de explicitar algo essencial contido nessa revelação.

Aí alguém pode perguntar: “Se a revelação terminou com a morte do último apóstolo, como a Igreja pode proclamar um dogma só em 1950?” A resposta é que o dogma não é uma novidade inventada pela Igreja; ele é uma explicitação, um aprofundamento da fé já revelada. É como trazer à luz algo que sempre esteve presente, mas que precisava ser declarado de forma clara e universal para o povo de Deus.

O dogma da Assunção de Maria afirma que ela foi elevada de corpo e alma ao céu. Nós sabemos que a morte e a corrupção do corpo são consequências do pecado original. Mas Maria foi concebida sem o pecado original — ela foi preservada por Deus desde o início em virtude dos méritos de Cristo, porque seria a mãe do Salvador. Portanto, ela não sofreu a corrupção da morte como nós. Em alguns países, essa festa é chamada de “Trânsito de Nossa Senhora”, significando essa passagem da vida terrena para a vida eterna.

Essa solenidade nos mostra que Maria fez sua peregrinação terrestre, como todos nós somos chamados a fazer. Ela viveu plenamente a vontade de Deus e, por isso, agora está junto d’Ele no céu. Maria é modelo de fé, modelo de fidelidade, e por isso mesmo foi glorificada. O caminho dela mostra qual é o destino também para nós: o céu.

Se fizermos a vontade de Deus como ela fez, também seremos elevados à vida plena. Nossa vida é bonita, é feliz, porque Deus nos faz felizes, mesmo com as dificuldades. É isso que Maria proclama no dia de hoje.

Quando dizemos que acreditamos que Maria foi elevada ao céu de corpo e alma, afirmamos também nossa fé na vida eterna. É esse o destino que nos espera: estar com Deus, assim como Maria está. Esse é o mistério de um dogma — um aprofundamento da revelação de Cristo, que se encarnou, pregou, sofreu, morreu e ressuscitou por nós.

Se o dogma da Assunção foi proclamado em 1950, e o da Imaculada Conceição em 1854, é porque a Igreja, guiada pelo Espírito Santo, entendeu que era o momento de explicitar algo essencial da fé para ajudar o povo de Deus a viver melhor esse mistério.

Deus se revela para o homem, não para esconder, mas para que possamos compreendê-lo e dar o nosso “sim” a Ele. Ele quer que entendamos seu plano de amor e de salvação. Nosso Deus é um mistério, sim, mas é um mistério que se deixa conhecer, que se aproxima, que caminha conosco.

Ele quer nos ensinar a caminhar, a viver bem nesta terra, para que um dia possamos terminar nossa peregrinação e estar com Ele na eternidade, como Maria está.

No final da missa um grupo da Liga das Famílias de Schoenstatt do Jaraguá consagrou o nome que descobriram em comum para seu grupo. ” Guerreiros Unidos na Fé, luz e amor a Mãe Rainha”.

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Texto retirado da homilia do dia por Sueli Vilarinho

fotos; Alex Formigoni