A Santa Missa da Exaltação da Santa Cruz foi celebrada no dia 14 de setembro de 2025, no Santuário Sião Jaraguá. O celebrante principal foi o padre Gustavo Hanna Crespo, e concelebraram os padres Gabriel, Pedro (de Portugal) e Patrício (do Chile).

Em sua homilia, padre Gustavo destacou:

“A festa da Exaltação da Santa Cruz nos faz voltar o olhar para aquele em quem professamos a nossa fé: Jesus Cristo, que morreu por cada um de nós, foi crucificado, morreu e ressuscitou. Esse é o centro da nossa fé. É esse fato que nos reúne como povo da aliança, como povo que quer celebrar até que Ele volte.

Quando colocamos a imagem da cruz no centro, não podemos separá-la do Crucificado, pois, sem Ele, a cruz perde o seu sentido. A cruz está sempre unida à experiência da nossa fé; ela está sempre ligada ao Crucificado. Quando dizemos que uma pessoa carrega a sua cruz, essa expressão nos convida a colocar Jesus junto dessa experiência. É o próprio Crucificado que nos ajuda em nossos sofrimentos.

Viver o sofrimento sem Jesus é muito difícil. Todos nós já passamos por experiências de dor e, muitas vezes, tentamos enfrentá-las sozinhos. Mas Deus quer estar conosco nessas situações. Nossa fé se baseia na paixão, morte e ressurreição de Jesus. A cruz faz parte, mas a história não termina nela. Nossa dor também não termina na dor, mas aponta para a esperança da vitória e da alegria plena.

Quando voltamos o olhar para a cruz, lembramos do grande amor do Crucificado por cada um de nós. São Paulo dizia: “Sem o Crucificado, a cruz é um sinal de loucura”. De fato, sem compreender o amor de Jesus por nós, a cruz se torna escândalo ou loucura.

Toda vez que olhamos para a cruz, recordamos que é o próprio Cristo quem faz aliança conosco, quem nos resgata e quem nos convida: ‘Vem para perto de mim’. No Evangelho de hoje, Jesus diz: ‘Eu não vim para condenar o mundo, mas para salvá-lo’. A cruz é o sinal dessa salvação. Cristo veio para nos salvar, não para nos condenar, mas para nos resgatar e nos levar para perto Dele.

O Evangelho também faz menção à experiência do povo de Israel, quando Jesus diz: ‘Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também o Filho do Homem será levantado, para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna’. A cruz é o sinal da cura dos nossos pecados — de forma definitiva.

Deus nos ensina que a ingratidão não deve fazer parte da nossa vida. Nosso movimento interior deve ser sempre de gratidão: gratidão Àquele que nos dá a vida, nos salva, nos cura e nos liberta. Somos receptores da graça de Deus. Por isso, mesmo nos sofrimentos, somos chamados a viver a gratidão. Entender que todo sofrimento passará — e que somos convidados a passar por ele de mãos dadas com Deus.

Hoje celebramos também os 75 anos da Campanha da Mãe Peregrina. Conhecemos a história de 1951, quando João Luiz Pozzobon foi encarregado de levar a imagem por um mês, por ocasião do Ano Mariano e da proclamação do dogma da Assunção. Era para ser apenas um mês, mas ele assumiu essa missão como um propósito de vida. E toda grande missão também tem suas cruzes, suas incompreensões.

Durante os 35 anos que Pozzobon levou adiante a Campanha, ele também enfrentou críticas. Chegaram a pedir que ele trocasse a imagem da Mãe Rainha para evitar escândalos. Assim como ele sofreu incompreensões, também nós sofreremos. Mas ele soube dar sentido ao sofrimento à luz da fé. Por isso hoje celebramos 75 anos de graças — graças que são fruto da sua persistência.

Assim como Deus é persistente conosco, João Luiz Pozzobon também foi. Isso é obra de Deus. E essa obra tem um único objetivo: a salvação das famílias. A Campanha da Mãe Peregrina está profundamente vinculada à experiência da salvação.

No Encontro da Mãe Peregrina do ano passado, eu disse que a imagem da Mãe que passa de casa em casa não é como uma revista da Avon, que entrega o pedido e vai embora. A imagem é um encontro real, uma visita de Maria. Ela vem ao nosso encontro. E Pozzobon nos ensinou isso: abrir as portas para receber a Mãe, para nos encontrarmos com Cristo.

Hoje, na Festa da Exaltação da Santa Cruz, queremos também acolher a graça de abraçar a cruz junto com Jesus — sempre olhando para a cruz e o Crucificado, que não se separam. Eles só se separam no momento da ressurreição, mas as marcas do Crucificado permanecem. Permanecem para nos lembrar: Ele nos ama, Ele nos salva, Ele nos liberta de todos os males.


Momento especial de transição na Campanha da Mãe Peregrina

Ao final da celebração, um momento marcante selou a continuidade da missão da Campanha da Mãe Peregrina na Região Episcopal Brasilândia. Os coordenadores regionais, Sheila e Alex Formigoni, entregaram o cargo ao novo casal responsável pela coordenação: Andreia dos Santos Martins Medeiros e Moisés Pereira Medeiros.

A nomeação foi oficializada pelo Decreto de 10 de julho de 2025, assinado por Dom Carlos Silva, OFM Cap, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e vigário episcopal para a Região Brasilândia.

Esse gesto expressa a missão contínua de levar a Mãe de Deus às famílias, fortalecendo a fé e renovando a esperança, sempre unidos sob o olhar amoroso da Mãe Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt.


Texto retirado da homilia do dia por Sueli Vilarinho

Vídeo Murilo Christão

Para ver o Álbum de fotos click abaixo:

https://www.facebook.com/share/1B32YT67qf/