21º Domingo do Tempo Comum – Celebração e Reflexão
No 21º Domingo do Tempo Comum, 24 de agosto de 2025, a Santa Missa foi celebrada pelo Pe. Vandemir Meinster e concelebrada pelos padres Afonso Wosny, Gabriel Oberle, Carlos Shimura, Felipe Araújo, Rafael Flausino, Victor Possetti, Mayke Andrade, Argemiro Ferracioli, Gustavo Hanna Crespo e Clodoaldo Kaminura. Estavam todos reunidos por ocasião da formação anual dos padres de Schoenstatt.
Pe Vandemir disse em sua homilia sobre as dificuldades de se colocar em caminho, mas também da livre decisão de fazê-lo.
O domingo, dia do Senhor, é por excelência o dia da oração. Para o povo de Israel, esse dia era o sábado. No sábado, o povo não trabalhava, não fazia longas caminhadas — havia uma série de regras a serem cumpridas. Era o dia reservado exclusivamente para Deus. Durante a semana, faziam-se outras coisas, mas o sábado era um tempo sagrado. Reuniam-se como comunidade nas sinagogas para louvar, rezar, escutar a Palavra de Deus, cantar os salmos.
Com Jesus Cristo, o domingo passou a ser o dia do louvor de maneira especial, o dia de olhar para Deus. Já não se trata apenas do povo como coletivo, mas da conversão pessoal. A nossa fé e oração exigem consciência, comprometimento e cultivo. Nos reunimos como povo de Deus, mas a salvação vem da nossa conversão, do coração voltado ao Senhor. Jesus disse: “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles.”
A Porta Estreita e o Caminho da Fé
O Evangelho deste domingo fala sobre a porta estreita. Para entrar na casa do Senhor, é necessário esforço, renúncia. Passar por essa porta não é fácil — não porque Deus complica a vida, mas porque Ele é exigente. As coisas de Deus são exigentes. Jesus usa a expressão: “É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus.”
Na Palestina, havia um local onde as pedras se fechavam tanto, que era chamado de “fio da agulha” — era uma passagem muito estreita, por onde nem mercadorias nem animais carregados conseguiam passar. Os mercadores evitavam esse caminho. Assim é a vida espiritual: o caminho que nos leva a Deus tem desafios, exige escolhas. A riqueza e o apego aos bens podem nos aprisionar e nos afastar do caminho da santidade. As coisas materiais muitas vezes se tornam obstáculos espirituais.
O Testemunho do Venerável João Luiz Pozzobon foi feita pelo Pe Victor Possetti Postulador de sua causa.
João Luiz Pozzobon é um exemplo concreto de quem escolheu passar pela porta estreita. Ele foi um homem de oração e de trabalho. Pai de sete filhos, comerciante, trabalhador, diácono permanente. Caminhou mais de 140 mil quilômetros a pé levando a imagem da Mãe Peregrina, visitando famílias, hospitais, presídios e tantos outros lugares. Todos os dias, antes de qualquer coisa, passava pelo Santuário para rezar e participar da Santa Missa. Toda sua vida foi vivida na presença de Deus.
Desde pequeno, por volta dos 10 anos, sentia uma profunda saudade de Deus — algo que ele mais tarde chamou de “flecha espiritual” vinda do Santuário Original de Schoenstatt. Quando conheceu o Santuário de Santa Maria (RS), entendeu que aquele era seu lugar. Compreendeu que a porta estava aberta, que a mesa estava posta, e ele foi convidado a viver uma vida com Deus. Tomou a decisão de passar pela porta estreita, com coragem e fidelidade.
Inspirado por São José, João Pozzobon dizia: “Não quero viver apenas como um bom católico, mas viver heroicamente.” Participava da vida do santuário, do grupo de homens, e compreendeu seu chamado. Recebeu a imagem da Mãe Peregrina e iniciou sua missão, sempre como peregrino orante. Ele dizia:
“Deus apontava o caminho, a Mãe dirigia, o Espírito Santo iluminava, e o burrinho (ele mesmo) se colocava a caminho.”
Foi assim que Deus foi abrindo portas e conduzindo sua missão. Rezava o terço diariamente, construía capelas, visitava famílias e presídios, instalou mais de 40 ermidas, construiu 14 casas para os pobres. Sua vida foi uma romaria contínua até sua última caminhada — a sua morte — que ele mesmo chamava de “sua última romaria rumo ao Céu”.
Em 20 de julho, João Luiz Pozzobon foi reconhecido pela Igreja como Venerável, um título que confirma que viveu de forma virtuosa em grau heroico. Viveu a fé, a esperança e a caridade muito acima da média, com destaque para a caridade.
Três Pedidos Finais
Neste santuário, deixo três pedidos:
- Que o conselho de famílias encontre uma pessoa para ser embaixadora da causa do Venerável João Luiz Pozzobon, divulgando quem ele foi e inspirando outros a viverem sua espiritualidade.
- Que todos conheçam melhor a vida e o legado desse grande homem.
- Que rezemos, com fé, pela beatificação de João Luiz Pozzobon.
Oração pela beatificação do Servo de Deus João Luiz Pozzobon
Leituras do Dia (21º Domingo do Tempo Comum – Ano B):
1ª Leitura – Isaías 66,18-21
Salmo – 116(117):
“Ide por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho!”
2ª Leitura – Hebreus 12,5-7.11-13:
Evangelho – Lucas 13,22-30
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Texto retirado e resumido da homilia do dia por Sueli Vilarinho
transmissão Carlos Pussoli