Neste domingo, 26 de outubro de 2025, a Santa Missa no Santuário Sião Jaraguá foi presidida pelo reitor Pe. Gustavo Hanna Crespo. Em sua homilia, o sacerdote destacou a importância da humildade na oração e do reconhecimento da nossa dependência de Deus. Recordou que a verdadeira oração nasce da sinceridade e do exame de consciência diário, e convidou os fiéis a viverem este tempo de fim de ano litúrgico como um período de gratidão e preparação para o Advento.
Assim disse:
“Nós dependemos de um Deus calmo, um Deus que nos dá sentido e nos faz plenos. A nossa criação é querida, mas pelo pecado não pode se salvar sozinha. Precisamos de um Deus que olhou para nós, infelizes e necessitados de sua graça, e nos elevou à condição de filhos.”
O padre recordou que Jesus, ao chamar a atenção dos discípulos, começou o Evangelho alertando sobre aqueles que desprezavam os outros.
“O fariseu dizia: ‘Senhor, eu te agradeço porque não sou como os outros, cobradores de impostos’. Mas, no fundo, ele estava apenas louvando a si mesmo. E é isso que Jesus quer corrigir — a oração verdadeira não é exaltação pessoal, mas reconhecimento de quem somos diante de Deus.”
Ele continuou explicando que a oração deve nascer da humildade:
“Quando rezamos o Pai Nosso — ‘santificado seja o teu nome’ — reconhecemos as obras de Deus na nossa vida, sem desprezar os outros. Às vezes, caímos na tentação de achar que tudo começa por nós mesmos, que somos os iniciadores do bem. Mas o Evangelho nos chama a reconhecer: somos criaturas, e Deus é o Senhor.”
O padre destacou a importância do exame de consciência:
“A Igreja nos convida a fazer, ao final do dia, um pequeno exame: estar na presença de Deus e dizer — ‘Senhor, isso foi bom, isso não te pertence’. Esse exercício ajuda nossa vida espiritual e também nossa relação com os outros. Pode parecer difícil tirar cinco minutos no fim do dia, quando estamos cansados, mas é um gesto que transforma.”
Recordou também o exemplo do Padre José Kentenich, que, mesmo em um campo de concentração na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, manteve viva a oração:
“Ele fazia pequenas orações ao longo do dia, consagrando a noite, examinando a consciência. Mesmo preso, sem comida, ele nos ensina que a relação com Deus pode ser constante, feita no silêncio e na entrega. Que a nossa vida e o nosso dia sejam uma missa contínua — um ato de louvor, de entrega e de comunhão.”
O Pe. Gustavo comentou ainda sobre a primeira leitura do dia (Eclo), ressaltando a promessa de que a oração do justo atravessa as nuvens e não fica sem resposta.
“Às vezes queremos respostas imediatas, mas Deus age no tempo certo. O tempo não atrasa o plano de Deus — ele amadurece nossa fé. É o que vemos também na segunda leitura, nas cartas de São Paulo (2Tm), escritas na prisão, onde ele faz um recolhimento de sua vida, um exame diante de Deus.”
Encerrando, o padre lembrou que faltam dois meses para o início do Advento:
“Estamos quase no fim do ano litúrgico. É hora de olhar para tudo o que o Senhor fez em nossa vida, agradecer e preparar o coração para acolher de novo o Senhor que vem. Que possamos aproveitar essas semanas para reconhecer, agradecer e colocar diante de Deus tudo o que vivemos.”
Texto e transmissão: Sueli Vilarinho
Leituras do dia:
1ª Leitura – Eclo 35,15b-17.20-22a
2ª Leitura – 2Tm 4,6-8.16-18
Evangelho – Lc 18,9-14

