No dia 18 de junho de 2025, no Santuário de Schoenstatt – Jaraguá, foi celebrada a Missa de Renovação da Aliança de Amor, ocasião em que também se comemoraram os 58 anos da fundação da JUFEM Jaraguá (Juventude Feminina de Schoenstatt). A celebração foi presidida pelo Pe. Gustavo Hanna Crespo e concelebrada pelo Pe. Vandemir Meister. Em um clima de fé, gratidão e compromisso missionário, a comunidade se reuniu para renovar sua entrega à Mãe e Rainha, oferecer o Capital de Graças e reforçar os laços que unem a família de Schoenstatt em torno da missão do Santuário.
A primeira leitura, retirada da Segunda Carta aos Coríntios (2Cor 9,6-11), se refere principalmente à vida do Santuário, à vivência concreta da generosidade, quando temos um povo reunido que deposita sua confiança na nossa querida Mãe. Quando vemos que o povo vai fazendo essa festa e depositando tudo aquilo que faz parte da vida cotidiana aos pés da nossa querida Mãe, parece que a graça deste lugar vai se tornando ainda mais viva.
É bonito ver quantas e quantas vezes chegamos aqui no Santuário e depositamos o nosso papelzinho na talha do nosso Capital de Graças. A gente vê a talha quase cheia, e não deixamos ela transbordar — vamos colocando no cantinho, a cada dia 18, e depois levamos tudo para queimar. Hoje, na missa da tarde, já queimamos uma pira inteira, e temos outra cheia novamente.
Isso não só mostra a nossa confiança, mas também a generosidade que Deus tem para com este lugar — e a nossa própria generosidade. Queremos colocar tudo o que fazemos para que a Mãe de Deus faça o que quiser, como nos inspira a leitura de hoje.
A leitura traz uma imagem simples: provavelmente todos nós, nos anos de colégio, já plantamos um grãozinho de feijão — seja no algodão, seja na terra — e percebemos que, a partir de algo tão pequeno, nasce uma planta. Assim é a nossa vida quando semeamos com generosidade. Esse ato de não ter medo de deixar a vida brotar onde ela quiser. Espalhar boas ações é não ter medo de acreditar que aquilo em que cremos será bom também para os outros.
Se pensarmos nos nossos grupos de vida ou no desejo de que mais pessoas entrem no Ramo, isso é um desejo de espalhar para colher. Na juventude, por exemplo, sempre queremos formar um grupo novo. Juventude é uma coisa tão boa que não pode ser reservada só para nós. Assim também é com a partilha da fé: quanto mais gente, melhor. E no Capital de Graças, quanto mais, melhor também.
Nesse sentido, não é que, se chegar mais gente, vai faltar graça — pelo contrário, elas se multiplicarão. O Evangelho (Mt 6,1-6.16-18) do dia de hoje nos mostra justamente o tema da partilha das coisas boas. Está na atitude — na intenção do coração. O que Jesus condena hoje não é o fato de alguém rezar, jejuar ou fazer penitência visivelmente, mas sim a intenção por trás disso.
Se a intenção for o ego, o reconhecimento, aí não funciona. A dificuldade está aí: nós nos esforçamos para sermos santos não para nos engrandecer, mas para sermos mais parecidos com Jesus — para que mais pessoas possam conhecê-Lo. Fazemos caridade não para aparecer, mas para que aquele que mais precisa possa ter uma vida um pouco mais digna.
Que possamos agir assim com o jejum, com a penitência, com esse cuidado de apresentar tudo a Deus dizendo: “Senhor, olha o que eu estou fazendo. É por Ti que faço.” Isso muda tudo.
João Luiz Pozzobon, o bom peregrino, quando escutamos sua história, vemos que ele rezava tantos terços por dia, caminhava tantos quilômetros para levar a Mãe Rainha… E, nos relatos dele, sempre falava de si na terceira pessoa: “o pobre peregrino fez isso”, “o pobre diácono fez aquilo”. Era a forma humilde de mostrar que fazia tudo como instrumento da Mãe de Deus.
Estamos nos aproximando dos 40 anos de sua morte, e ele ainda nos inspira. No dia 18 de junho, ele decidiu consagrar os terços — é o dia da bênção e consagração dos terços. Ele via no terço um caminho para chegar a Deus, para santificar as famílias pela oração. Rezamos pela santificação das famílias. Esse é um caminho que nos ensina a sermos mais parecidos com Jesus.
Vivemos dois fins de semana intensos com a festa junina, com as famílias reunidas e tanta generosidade colocada para que este lugar de graças continue de pé. Foram dois fins de semana de pura loucura — e por que fazemos isso? Porque seguimos firmes, sem faltar forças, em nossa generosidade. Tudo isso para que mais e mais pessoas possam conhecer este lugar.
Não olhamos para nós mesmos — olhamos para aquilo que é de Deus. E, se é de Deus.
Ao final da missa, após a queima do Capital de Graças, foi rezada uma Ave-Maria pela intenção do processo de beatificação de João Luiz Pozzobon, que atualmente segue em andamento no Vaticano.
Pe Gustavo agradeceu: “A todos pelo trabalho na festa junina, e agradeço também por ajudarem a manter este lugar de portas abertas, como tem sido feito há tantos anos, para que mais pessoas possam conhecê-lo.”
Texto retirado da homilia do dia por Sueli Vilarinho