Corpus Christi no Santuário Sião Jaraguá reúne o Decanato São Barnabé em missa e procissão marcada pela esperança e solidariedade

O Santuário Sião Jaraguá realizou no dia 19 de junho de 2025 a solenidade de Corpus Christi, reunindo todo o Decanato São Barnabé — cerca de 2.000 pessoas, entre fiéis, padres, ministros e lideranças das comunidades. A celebração foi presidida por Dom Carlos Silva, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, e concelebrada por Pe. Gustavo Hanna Crespo, reitor do santuário, junto aos demais padres do decanato.

O tema escolhido foi:
“Com Jesus na Eucaristia, nossa esperança”, em sintonia com o Jubileu da Esperança, vivido pela Diocese de São Paulo ao longo de 2025.

A liturgia foi cuidadosamente preparada com a distribuição de tarefas entre as comunidades e paróquias, promovendo forte unidade pastoral e expressão concreta de comunhão.

A homilia: a Eucaristia nos transforma

Durante a homilia, Dom Carlos destacou que a comunhão exige transformação, compromisso e abertura ao outro. Em suas palavras:

“Estamos no Jubileu da Esperança, no santuário que é uma das nossas 12 igrejas jubilares da Diocese de São Paulo.
Queridos irmãos e irmãs, reunidos aqui no Santuário da Mãe Rainha, vindos das diversas comunidades do nosso Decanato São Barnabé, nós celebramos esta solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo — como conhecemos: a festa de Corpus Christi. E a celebramos com alegria, como povo que caminha na esperança.”

“Jesus Cristo, nossa esperança. Esse é o tema que nos une. Nós costumamos dizer que a esperança é a última que morre, mas não! Mentira. Nos enganaram. A esperança é a primeira que nasce. A esperança nunca morre!”

Dom Carlos refletiu ainda sobre o milagre da multiplicação dos pães e sua aplicação à vida cristã hoje:

“Com apenas cinco pães e dois peixes, Jesus alimenta uma multidão. O Evangelho diz que ainda sobraram doze cestos. É preciso partilhar. Jesus nos ensina a partilha. A Eucaristia nos abre os olhos para a fome do mundo: fome de pão, de dignidade, de carinho, de perdão.”

“Comunga quem aprende a partilhar o pão, a repartir a vida. Não podemos comungar na missa e viver indiferentes fora dela, como se a Eucaristia não tivesse consequência. Não podemos adorar a Cristo no altar e desprezá-Lo nos pobres. Isso é pecado grave.”

Ele ainda destacou que a comunhão é um encontro transformador:

“A palavra ‘comunhão’ vem de ‘comum’: estar unido a Cristo e aos irmãos. Quando recebemos o Corpo de Jesus, Ele entra em nós para nos tornar mais semelhantes a Ele. E Ele é amor, doação, perdão, serviço.”

“A comunhão não pode ser apenas um gesto automático. Se eu comungo e não me deixo transformar por Ele, estou fazendo da comunhão a minha própria condenação.”

“Por isso, a Eucaristia exige conversão e compromisso. Somos chamados a ser uma Igreja do pão partilhado, do abraço acolhedor, da paz que nasce no perdão e na solidariedade. Cada paróquia deve ser um lugar onde ninguém se sinta só.”

Maria: mulher eucarística

Ao concluir a homilia, Dom Carlos voltou o olhar à Virgem Maria:

“Olhamos para Maria, mulher da Eucaristia, mulher eucarística. Ela levou Cristo no seu ventre, no seu seio. Como chamou São João Paulo II: mulher eucarística. Ela nos ensina a viver com fé o mistério do seu Filho.”

“Ela nos ajuda a dizer sim ao chamado de Jesus:
‘Fazei isto em memória de mim.’
Fazer isto em memória do amor, da entrega, da doação, da partilha.”

Procissão com o Santíssimo e gesto de solidariedade

Ao final da Missa, os fiéis participaram com reverência da procissão com o Santíssimo Sacramento, percorrendo as áreas externas do santuário em clima de oração, até a Tenda da Unidade, onde o Santíssimo foi exposto e o bispo deu a bênção eucarística.

Como gesto concreto de fé e solidariedade, foram arrecadados e doados alimentos pelas comunidades participantes, que serão destinados às famílias assistidas pelos Vicentinos. Essa ação expressa o verdadeiro sentido da Eucaristia:
“vida partilhada, pão para os que têm fome.”

Conclusão: sair em missão com esperança

A celebração foi encerrada com o convite a sair ao mundo com o coração renovado:

“Vamos sair desta celebração com o coração cheio de esperança! Jesus está conosco, caminha conosco. Ele é nosso alimento, Ele é nossa mesa. Que esta Eucaristia nos transforme em homens e mulheres eucarísticos: adoradores, servidores e missionários do Pão da Vida.”

Texto Sueli Vilarinho

foto: Marcos R Bastos